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Mostrando postagens de agosto, 2008
como será que pensa um coração? o que será que ele quer de verdade? o que será que procura? pra que lado se dirige? o que o alimenta que não é só sangue? o que são os olhares que o fazem pulsar mais forte? o que são os toques? como ele sente os cheiros? pelo que ele se derrete? como ele se educa? quais são os livros que ele devora? do que ele ri? pra quem ele sorri? com o que ele chora? o que será que o fere? como é que ele sangra? como se curam suas feridas? por que permanecem suas cicatrizes? qual o sol que o esquenta? qual a lua que o dá calafrios? qual o abraço que ele recebe? qual o amor que ele sente?
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ela ainda está lá inerte junto às paredes que a sustentam imóvel sem o vento sem cor, sem flor pra enfeitar mas, ela ainda está lá e sobrevive às estações como sobrevive o tempo e sobrevive ao tempo sem cuidado sobrevive às mudanças sem trato os olhares que se dirigem a ela são poucos são rápidos, são ocos é vazia aquela vida descompassada é vazio aquele espaço sem amigos mas, ela continua e se ergue sempre e sobrevive e não se cansa de tentar existir mesmo sem o movimento que a carregava mesmo sem as mãos que a deram vida mesmo sem os cuidados e sem as admirações os corredores não mais existem não depois que todas as vozes se calaram ela está sempre lá e permanecerá até que não mais existam paredes até que estas sejam derrubadas até que com milhões de anos ela não mais se aguente