É hexa!
Era carnaval nas ruas - ou era como. Havia balões sendo soltos no ar, papel picado, fitas e muita cor. Havia a multidão e, naquele momento, pronta pra desistir, recebi um telefonema que mudaria tudo o que eu pensava. Mal sei como ouvi tocar o celular, mal sei como consegui distinguir a sua voz. Um choque. O carnaval nas ruas, você em um lugar quase impossível de alcançar. Não sei porque, mas você me ligou. Talvez carência, talvez a inconstância, talvez a impossibilidade de alcançar a outros. Sua voz tão fraca que não pude rejeitar seu pedido. Não entendia o que acontecera a você, mas parti da festa ao seu encontro. Vinte minutos a pé pra sair da multidão e dar a volta em dois quarteirões a mais para chegar onde você estava. E aí, o desafio. No primeiro andar do prédio dei seu nome, a moça me olhou, dei minha identidade e disse que você me chamara. Ela ligou para o seu quarto. Cinco minutos de espera e ela deixou que eu subisse. Dez andares de escada. Na recepção bebi água e perguntei ...