21.5.06

Dos seus olhos, o brilho que sai não é de paixão, nem amor, nem medo, nem desespero. O brilho é sereno, seco, imparcial e penetrante. É o brilho da dor. Os olhos carregam todos os desejos da alma; as dores, sentidos, o inimaginado, o querer oculto. Imagino que os seus não sejam tão diferentes dos meus. Mas, se são os olhos que dizem por que nossas bocas não falam? O que é tão difícil que não se traduz em palavras? Não se pode saber. Permace ali, escondido. E não se pode advinhar, fica sempre ali, pairando nossos pensamentos, bloqueando nossos dizeres, fazendo-nos apenas pensar.

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